Dentro de um ambiente clínico pode ocorrer a contaminação cruzada, cujos agentes podem ser: sangue, saliva, secreções e instrumentais contaminados. Há também as vias de transmissão que podem ser: inalação, ingestão e inoculação por meio de membranas, mucosas ou ferimentos na pele, mãos e superfícies contaminadas, etc.
Para prevenir a ação direta dos agentes de contaminação cruzada se utilizam barreiras físicas.
A embalagem é uma dessas barreiras. E aqui entra o papel grau cirúrgico, material com duas lâminas, uma delas de plástico termo resistente e outra de SMS (spunbond-meltblown-spunbond), fundidas lateralmente, onde se encontram indicadores químicos que mostram quando foi submetido ao calor e pressão de autoclave.
O papel grau cirúrgico precisa ser autorizado pela ANVISA, porque precisar ter porosidade controlada e seguir as normas oficiais de segurança e qualidade.
Dicas importantes:
- O material a ser embalado deve estar absolutamente limpo, preferencialmente submetido à lavagem ultrassônica, que remove sujidades ou resíduos orgânicos das estruturas profundas dos materiais.
- A retenção de sujidades (fluidos orgânicos, por exemplo) se potencializa em peças-de-mão, materiais ocos e canulados, articulados e com superfícies irregulares. E apresentam maior desafio ainda quando há condutos, engrenagens e rolamentos.
- Material com sujidades e ou matéria orgânica não se esteriliza. Então a regra é limpar, limpar e limpar.
- O material deve ser enxaguado com água filtrada ou purificada para minimizar a presença de sais da água da pré-lavagem. Os sais são os grandes vilões responsáveis pela oxidação de instrumentos e manchas.
- O enxágue de material com lúmen deve-se fazer idealmente com pistola de água sob pressão se possível.
- A secagem do material é outro cuidado importante e deve igualmente ser feito com pistola de ar comprimido isento de óleo, principalmente em articulações, lumens, superfícies rugosas ou irregulares.
- A secagem com tecido costuma deixar fiapos presos na superfície do material, que podem manchá-lo quando da secagem no final do processo de esterilização. A exceção é o tecido tipo Perfex, que tem alto poder de absorção de umidade e não solta fiapos.
- A qualidade de selagem está entre os cuidados mais importantes, para que os pacotes ou envelopes não abram durante a esterilização e manipulação. O descolamento de uma solda mal feita compromete fatalmente a esterilidade do material e não pode ser colocado em reuso.
- Materiais colocados no envelope devem ser de natureza similar. Por exemplo, plástico com plástico, metal com metal, têxtil com têxtil, borracha com borracha etc.
- Instrumentos com corte devem ser acondicionados nos envelopes ou pacotes de forma que (o corte) não toque em outra superfície para não se danificar.
- Instrumentos pontiagudos devem ter as pontas protegidas para não perfurarem o envelope ou pacote e nem causar ferimentos durante a manipulação.
- Os envelopes ou pacotes devem ser datados e identificados com caneta ou etiqueta apropriadas para não perder a nitidez, importante para o controle de validade e gestão de armazenamento.
- Embalagens excessivamente cheias influenciam a qualidade da esterilização, além de forçar as soldas da selagem e contribuir para seu rompimento.
- E bandejas também muito cheias interferem na qualidade da esterilização.
WOSON - Biossegurança Responssável.